Investir no confinamento do gado de corte é uma excelente alternativa para maximizar a produção de carne.
Afinal, esse tipo de criação reduz o tempo de engorda, a pressão nas áreas de pastagem e os riscos sanitários, aumentando muito a eficiência produtiva.
Entretanto, para que esses benefícios sejam possíveis, é imprescindível estabelecer rotinas sólidas de manejo junto ao rebanho.
Seu foco deve estar na precisão nutricional dos animais, seu bem-estar e segurança sanitária.
Mas afinal, por que é essencial ter rotinas bem definidas para o confinamento do gado? Como saber se existem problemas na criação dos bovinos? Quais os principais pontos de atenção para estabelecer uma rotina adequada? Descubra a seguir!
Por que é preciso ter uma rotina bem definida no confinamento do gado?
O confinamento do gado de corte é caracterizado pela alimentação dos bovinos em instalações fechadas, feita com uma ração balanceada e com acesso limitado à pastagem.
Para garantir o aumento do ganho de peso em um curto período, é essencial manter um controle rigoroso da nutrição.
Além disso, o manejo sanitário e os cuidados com a saúde e bem-estar dos animais são outros pontos-chave para o sucesso da criação.
Quando confinado, o gado acaba aproveitando algumas vantagens. Afinal, há água limpa sempre disponível, uma alimentação equilibrada disponibilizada rotineiramente, maior qualidade sanitária e até proteção contra predadores.
Contudo, isso exige dos responsáveis pela criação a responsabilidade de manter uma rotina adequada para os animais, principalmente quanto à sua alimentação.
Tenha em mente que os bovinos gostam e dependem de uma rotina bem estabelecida. Qualquer mudança no padrão de oferecimento do trato acaba afetando seu desempenho em todo o período de engorda.
Mais que atender aos hábitos naturais do gado, garantindo um comportamento saudável e o seu bem-estar, uma rotina bem definida também está ligada a algumas questões fisiológicas.
Nesse sentido, o rúmen merece destaque especial. Ele é o primeiro dos quatro compartimentos do estômago dos animais ruminantes, responsável por fermentar a comida e quebrar as fibras complexas para extrair nutrientes.
O rúmen funciona como uma câmera anaeróbica de fermentação contínua. Ou seja, para que funcione adequadamente, ele precisa receber alimentos de maneira equilibrada e frequente.
Portanto, se houverem mudanças no ritmo alimentar ou na formulação das rações, por exemplo, também ocorrerão alterações no ambiente ruminal.
Isso significa que qualquer desvio na rotina do gado também pode desequilibrar as espécies de bactérias, fungos e protozoários presentes no rúmen. Somada às questões habituais e de bem-estar, esses fatores afetam diretamente a capacidade de engorda do gado.
Quais os pontos de atenção para manter uma rotina adequada aos animais?
Como você pôde ver, o confinamento do gado só é bem-sucedido quando há uma padronização alimentar e sanitária na criação.
Existem diversas boas práticas de manejo que contribuem para a definição de uma rotina adequada às necessidades dos bovinos e ao favorecimento do seu processo de engorda. Entre aquelas que não podem faltar na sua propriedade, destacam-se:
Frequência e horários de trato
Manter uma frequência nos horários de trato é imprescindível para que os animais mantenham uma boa rotina alimentar, alimentando-se de maneira correta e mantendo um bom padrão de engorda. Do contrário, pode ocorrer oscilações no consumo que prejudicam seu desempenho.
No momento do primeiro trato ao amanhecer, o ideal é estabelecer horários em que os animais tenham apetite para se alimentar. Se as refeições atrasarem, os bovinos podem acabar desenvolvendo um comportamento faminto.
Se, ao invés de ter animais com apetite, eles estiverem famintos, podem ocorrer disputas agressivas para o acesso ao cocho. Além disso, o gado acaba ingerindo muito rapidamente a refeição, prejudicando a frequência de funcionamento do rúmen.
Controle da dieta
Considerando que os custos operacionais com nutrição são os maiores no confinamento do gado, é essencial manter um bom controle e avaliação dos recursos alimentares utilizados na propriedade.
Muitas propriedades utilizam a “bica corrida”, que não controla com exatidão a quantidade de trato disponibilizada em cada curral. Assim, essa é uma prática que pode gerar desperdício de ração e até prejudicar a engorda, pois não domínio sobre o total que é ofertado.
Portanto, o ideal é optar pela distribuição controlada. Ela consiste no levantamento e anotação da quantidade de dieta ofertada em cada curral e a cada trato. Além do maior controle alimentar, a boa condução da leitura do cocho permite prever o consumo das próximas 24h.
Distribuição dos alimentos
Mais que prezar pela quantidade correta e específica de dieta para cada cocho, fazendo o controle dos alimentos disponibilizados, também faz toda a diferença prezar pela sua correta distribuição.
Assim, procure distribuir igualmente o alimento disponível para cada curral de maneira uniforme ao longo dos metros do cocho. Isso pode ser feito com o apoio de bons vagões misturadores, capazes de fazer essa distribuição por igual.
Com esse cuidado, você garante um acesso igual dos bovinos à dieta em horários semelhantes. Ou seja, trata-se de uma forma de promover a padronização alimentar e o desenvolvimento igual dos animais no curral.
Leitura do cocho e curva de consumo
Para minimizar os desperdícios de ração e a ocorrência de distúrbios metabólicos, também é importante monitorar e controlar a sobra dos cochos. Ao avaliar o que sobrou nas últimas 24h, as estimativas sobre o consumo do período seguinte se tornam mais assertivas.
Essa lógica também se aplica ao monitoramento da curva de consumo dos alimentos disponibilizados. Ele é focado no registro da quantidade de dieta consumida por lote e por dia no confinamento do gado.
Ao acompanhar esse padrão, você consegue certificar-se de que os animais realmente estão se alimentando nas quantidades programadas, bem como avaliar a evolução do rebanho em relação ao seu consumo alimentar.
Limpeza dos bebedouros
Manter água de qualidade sempre à disposição dos animais também é indispensável. Isso porque, a quantidade bebida influencia diretamente no consumo de matéria seca. Ou seja, trata-se de um fator que afeta o desempenho da engorda.
No confinamento do gado, os bovinos consomem uma média de 4 a 6 litros de água por quilo de matéria seca que é ingerida. Portanto, a disponibilização de água deve ser contínua e prezar pela limpeza dos bebedouros.
Mais que melhorar as condições de consumo, bebedouros limpos também ajudam na prevenção de problemas sanitários. Recomenda-se que a higienização seja feita, no mínimo, 3 vezes por semana.
Ronda sanitária
Por fim, lembre-se que a saúde dos animais é um fator central para a engorda. Mais do que isso, ela é determinante para que o confinamento do gado tenha um bom desempenho, sem perdas, prejuízos e problemas na qualidade do produto final.
Para assegurar um rebanho saudável, é indispensável realizar rondas sanitárias. Elas devem ser diárias e seguir critérios preestabelecidos de avaliação, traçados com o apoio do veterinário da propriedade.
Além de verificar se existem lesões, sinais clínicos de doenças e qualquer outra desordem física nos bovinos, também é importante acompanhar seu comportamento. Abaixo, veja quais são os principais distúrbios comportamentais que merecem a sua atenção.
Como saber se há problemas na rotina de confinamento do gado?
Agora que você já sabe quais práticas são necessárias para definir uma rotina para o confinamento do gado, também fica mais fácil perceber quando o manejo ocorre de maneira incorreta.
Alguns sinais indicam que os bovinos não estão submetidos a um bom padrão alimentar, sanitário e de bem-estar. Eles incluem:
- Muita disputa entre os animais por acesso ao cocho;
- Bovinos correndo atrás do vagão e se amontoando a sua espera;
- Excesso de entreveros de animais nos corredores;
- Animais esperando o fornecimento de alimento no cocho muito antes dele ser feito;
- Consumo de ração muito instável;
- Surgimento de ração estragando no cocho;
- Comportamento recorrente de sodomia;
- Ocorrência elevada de problemas de casco;
- Entre outros problemas semelhantes.
Se você notar algum desses fatores, pode ser sinal de que a rotina de confinamento do gado está inadequada. Nesses casos, é essencial ater-se às práticas que apresentamos no item anterior e promover as devidas correções, evitando perdas maiores de produtividade.
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